"O valor das coisas não está no tempo em que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis." Fernando Pessoa

segunda-feira, 28 de março de 2022

Mudanças


Eu tenho medo do novo

De mudanças

De sair de onde estou

De fazer algo diferente do que eu sempre fiz

 

Mas muita coisa mudou na minha vida

De forma abrupta

Trazendo uma tempestade com furacão na minha cabeça

Que eu ainda não aprendi a navegar e nem se acalmou ainda

 

Mudar pode ser bom ou ruim

Depende de como eu vou encarar as mudanças

Ainda não sei como minha vida vai ser

 

Mas hoje eu não tenho escolha

A mudança é imperativa

Me cabe apenas manter o foco em fazer o meu melhor 

terça-feira, 15 de março de 2022

Ponto final

 


Ponto final, fim, encerramento

Algo que eu nunca quis

Pelo menos não para nós

 

Mas já não existe o nós

Talvez por muito tempo já não existisse

Ou talvez nem mesmo tenha existido

 

Hoje existe você

E eu nem sei o que sobrou de mim

Muito embora os cacos ainda sejam eu

 

Desses cacos não sei se me reconstruo

Se os abandono com toda a dor

Ou se ainda há o que construir

 

A dor imensurável não tem o tal ponto final

Essa não acaba e não se vai

Talvez só acabe mesmo o eu que morreu com o nós

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2022

Do que extraí da dor

 


 

Sinto o peso do mundo em minhas costas

Uma dor lancinante, interminável

Como se tudo de ruim encontrasse um fim em mim

 

Busco entender o porque de tamanha dor

De tanta coisa ruim que recai sobre mim

Já que eu nunca fui assim, nunca fui isso

 

Vejo com clareza que eu não sou ruim

Fui coberto pelo negativo que lançaram sobre mim

As minhas transgressões não são aquelas que me imputaram

 

Errei, muito, e isso não nego

Porém errei de boa fé, não com dolo, não por maldade

Algumas vezes errei tentando acertar

 

Tenho minha parcela de culpa e assumo as minhas faltas

Busco consertar o que é possível e cabe à mim

Nunca desejando despejar no outro a multidão de meus erros

 

Sei da bondade que carrego e do quanto fui acusado injustamente

Não posso olvidar que uma grande carga foi lançada sobre mim

Para, talvez, aliviar o sentimento de culpa alheio

 

Porém não julgo e nem condeno quem assim o faz

Sei o quanto é difícil exercer a humildade de se expor

Praticar o arrependimento e pedir perdão

 

Mas essa carga (que não me pertence) não vou mais carregar

Nenhuma acusação que fuja do arcabouço dos meus erros

Eu tomarei como minha e nem serei tido por culpado

 

Esse mesmo peso que está nas minhas costas para doer

Me faz fortalecido para suportar mais

Para aprender a não carregar a culpa alheia que me imputam

 

De tudo isso sairei uma pessoa melhor, uma pessoa mudada

Que terá caminhos melhores e menos tortuosos

Onde verei o sol brilhar novamente