Não deveriam existir começos
Ou mesmo recomeços
Pois todo (re)começo tem seu fim
E os fins são sempre muito difíceis de engolir
Devemos, ou ao menos deveríamos
Viver no meio, ou de meios
Pois os meios se bastam por si só
Não tendo o amargor do final
Todo fim deixa suas marcas
Carrega consigo as suas mazelas
Imprime dores onde só se lia felicidade
Traz à tona as diferenças unilaterais
E por falta de melhores métodos
Acabamos tendo de impor ou aceitar
O efeito devastador do ponto final
Mesmo onde achamos que não existiria
Mas no fim, soando quase que de forma irônica
São caminhos que devemos trilhar
Superando nossas dores e nossas frustrações
Para tentar viver um novo meio enquanto não chega o próximo
final